The Food #12 - Bite a bite: a revolução das máquinas é real? 🤖
Bite a bite: a revolução das máquinas é real? 🤖 - #newsletter12
Quando a comida encontra o código
06 JUN. 2024
Dos filmes apocalípticos de ficção que trazem robôs e máquinas superinteligentes dominando o mundo humano ao polêmico ChatGPT, certo é que a Inteligência Artificial (IA) é um tema controverso e é vista ao mesmo tempo como heroína e vilã. Mas independente da sua legião de fãs ou haters, ela veio para ficar e vai fazer cada vez mais parte da nossa rotina. Como, então, ela afetará a indústria de alimentos no futuro? Vem com o The Food desvendar esse algoritmo!
A nossa news é gratuita e cheia de insights interessantes, com aquela dose de humor que a gente gosta! Que tal compartilhar com um colega?
Há talvez pouco mais de uma década, muito da tecnologia que vemos surgindo (e avançando) hoje poderia não passar de papo de filme de ficção científica, e quem não pensou no filme “Eu, Robô” ou o “Exterminador do Futuro” como um alerta mental a cada novo avanço exponencial da Inteligência Artificial (IA) que atire a primeira pedra.
A IA ganhou ainda mais popularidade e relevância nas rodas de conversa em todo o mundo quando a Microsoft, em 2023, anunciou investimentos bilionários na OpenAI, responsável pela ferramenta de IA ChatGPT.
E as reações vieram: muitos protestaram, inclusive teve até carta de grandes nomes da indústria e da política contra o rápido avanço da IA (embora o próprio Elon Musk, que foi um dos signatários, tenha lançado sua própria IA depois), e teve também quem viu a oportunidade surgir, como o Google que em seguida anunciou o Bard (agora Gemini), concorrente do ChatGPT.
O Brasil hoje é o 4ª país que mais acessa o ChatGPT no mundo, atrás apenas dos EUA, Índia e Indonésia. Isso mostra que a IA já é uma realidade presente entre nós e que só tende a crescer nos próximos anos.
Mas a tecnologia avançada ao mesmo tempo que inspira tanta admiração e curiosidade traz consigo também novas preocupações e incertezas, incertezas essas principalmente relacionadas ao futuro do mundo, das interações sociais, da disseminação de notícias, do processo criativo e até com relação à humanização das máquinas.
Isso porque estamos cada vez mergulhando mais no desconhecido e na pergunta que não quer calar: até onde a IA chegará?
Mas para essa pergunta nós já temos algumas respostas, pelo menos para um futuro próximo.
De acordo com o TROP – Radar de Tropicalização da Consumoteca, existem 5 macrotendências que estão por vir nessa relação humano-máquina. Vem saber um pouco mais:
Empatia Programada
Filmes como “O Homem Bicentenário” e “A.I. -Inteligência Artificial”, por exemplo, já tratavam da questão de tornar as máquinas cada vez mais próximas dos seres humanos em termos de interação social e emocional.
E o que parecia apenas ficção está mais próximo da realidade do que imaginamos. Diálogos contínuos e personalizados estão tornando as conversas com máquinas mais naturais e adaptadas às individualidades de cada usuário. As máquinas também estão aprendendo a reconhecer e interpretar as emoções humanas, permitindo interações com mais empatia e significado, já existe inclusive IA psicóloga, como o Psychologist.
A comunicação com máquinas também vai além da linguagem verbal, incluindo gestos, expressões faciais e outras formas de comunicação não verbal, um exemplo disso é da empresa WeHead que criou um dispositivo de chat que simula uma pessoa real com chamadas de vídeo 3D para interação e consultas.
Otimização Compulsória
Numa sociedade que espera uma produtividade cada vez mais alta, procurar formas de fazer algo mais rápido e melhor tem também impulsionado o avanço da IA. E isso engloba não apenas automatizar atividades, mas também compilar e analisar dados concretos em questão de segundos para tomar decisões informadas e embasadas.
O site "There's An AI For That", por exemplo, oferece uma variedade de ferramentas e aplicações de IA para diferentes tarefas e trabalhos, desde aprendizado de idiomas até geração de vídeo, suporte ao cliente e análise de investimentos.
Criatividade Co-criada
Nos últimos anos temos acompanhado a polêmica envolvendo artistas e a criação de obras de arte, imagens, textos, músicas ou vídeos por parte da IA. Isso levantou o questionamento: qual será realmente o papel dos criadores no futuro?
Já está sendo dito que nós estamos migrando da “Era da Informação” para a “Era da Imaginação”, onde a criatividade e as novas possibilidades estarão no centro da economia. Nesse novo momento, a IA se torna uma parceira, auxiliando na co-criação e trazendo ideias à vida, ao mesmo tempo em que elimina tarefas burocráticas e repetitivas e libera as pessoas para focarem em inovação e pensamento criativo.
No TikTok, o número de perfis de humor criando histórias com I.A. já vem crescendo.
Antecipação de tudo
E se os algoritmos fossem capazes de antecipar as suas necessidades antes mesmo de você notá-las?
A partir do momento que se torna possível mapear e decodificar de tudo, é possível obter informações detalhadas sobre nossos padrões de vida. Um sistema de casa inteligente, por exemplo, pode ajustar o aquecimento, a iluminação, a sua geladeira poderia te reportar itens em falta e até antecipar a reposição, por exemplo, e um sistema de entretenimento poderia te recomendar um filme ou série com base nos seus gostos e quem sabe até no seu humor através da leitura de expressões faciais. As possibilidades são infinitas e refletem a busca da sociedade por mais comodidade e facilidade de decisão.
O Rabbit R1 é um exemplo de assistente virtual que entende e se antecipa às suas necessidades de consumo, lançado em janeiro de 2024.
Rejeição Algorítmica
Mas é claro que com todos esses avanços surge também o questionamento: e se perdermos o controle da nossa própria criação?
Por todo o mundo têm surgido movimentos de resistência à IA, seja por questões éticas e filosóficas ou por questões sociais e político-econômicas, com o objetivo de alertar a sociedade sobre potenciais malefícios de uma tecnologia potente da qual não teríamos controle em um futuro próximo.
A busca também por mais transparência nas redes sociais e por veracidade de informações em notícias veiculadas tem levantado debates sobre os riscos dessa tecnologia e até discussões sobre regularizações. Para as marcas fica um alerta de equilibrar a implementação de soluções baseadas em IA com um toque humano autêntico.
Tá, mas como tudo isso vai se traduzir na indústria de alimentação e na relação comida-máquina?
Dentre diversas possibilidades de aplicação da IA no setor de alimentos, alguns exemplos do que ela poderá fazer (e já está fazendo) é reduzir a insegurança alimentar, acelerar o desenvolvimento de novos produtos, beneficiar a sustentabilidade ambiental e reduzir os custos para produtores e consumidores, além de poder ser utilizada também para melhorar a experiência do cliente.
Vem entender um pouco mais sobre esse mundo de possibilidades:
Co-criação de fórmulas: uma ferramenta de IA pode compilar e buscar dados de diversas fontes, analisar diferentes opções de ingredientes e formulações e testar virtualmente vários conceitos de produtos, antes que sejam iniciados os testes físicos, o que poupa tempo e recursos das equipes de desenvolvimento, além de possibilitar um teste mais amplo de possibilidades em cada categoria e produto.
Previsão de Tendências: a capacidade de buscar e analisar dados também permite que a IA não só tenha dados concretos das estatísticas atuais de lançamentos e tendências de ingredientes, sabores, localizações, etc., como também consiga prever as tendências futuras. Ferramentas como o Food Brain da Spoonshot trazem insights sobre o futuro dos alimentos a partir dessas análises.
Proteínas alternativas: para o setor plant-based a IA pode ter diversas funções, como auxiliar nas impressões em 3D que imitam a textura da proteína animal, criar as formulações que deem o mesmo sabor das proteínas animais, como no caso do Giuseppe da NotCo, aceleração da agricultura celular, dentre outros.
Personalização Nutricional: a IA pode auxiliar não só no entendimento de necessidades nutricionais ou de restrições alimentares para criação de alimentos e ingredientes que atendam a grupos específicos, como também auxiliar no desenvolvimento de receitas e planos alimentares individuais, baseados nos objetivos de cada pessoa.
Cozinhas conectadas: prevê-se que o mercado global de cozinhas inteligentes atinja US$ 43 bilhões até 2027, e a integração da tecnologia de IA nos eletrodomésticos pode ajudar a elevar a profissionalização na cozinha, além de enfrentar os desafios da sustentabilidade.
Sustentabilidade impulsionada por IA: é possível beneficiar a biodiversidade e a produção de alimentos, reduzir o desperdício, ou mesmo monitorar práticas sustentáveis para combater o greenwashing, que está afastando 70% dos consumidores das marcas que adotam a prática. O The Greenwashing Compass, é um exemplo de ferramenta de IA que determina se as afirmações da empresa são reais ou não e oferece sugestões de melhoria na comunicação sustentável.
Agricultura de precisão: tecnologia em tempo real e orientada por dados para o cultivo de alimentos.
Experiência do cliente: experiências sensoriais, realidade aumentada, rótulos interativos com uso de IA, e aí vai o que a imaginação mandar. A Coca-Cola tem um bom exemplo do uso da tecnologia para a incrementar a experiência com seu lançamento da Coca‑Cola K-Wave, onde através de um QR Code na lata o cliente pode acessar uma página especial, criar seu próprio avatar e cantar com seu ídolos do K-Pop.
A WGSN destacou que as empresas que implementarem a IA de forma eficaz poderão aumentar a produtividade em 38% até 2035 e, nos serviços de alimentação, esse número sobe para 74%.
A IA também pode ser utilizada para gerenciar melhor as relações com o meio ambiente, reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 4%, aumentar o PIB global em até US$ 5 trilhões e criar até 38,2 milhões de novos empregos na economia global até 2030. Além disso, a eliminação do desperdício de alimentos com a IA representaria uma oportunidade econômica de US$ 127 bilhões por ano até 2030.
Esses são só alguns dados que refletem um futuro possível do mercado de alimentos a nível mundial.
E você, o que acha dessa tendência: empolgante ou assustadora? Talvez ambos. Mas seja como for, esse muito em breve será o novo normal em boa parte do mundo. As empresas do futuro são aquelas que saberão se adaptar a essa realidade e absorver o melhor dos dois mundos: real e digital, aliando a sabedoria do passado com a tecnologia do futuro para trazer uma experiência completa ao cliente em todas as etapas de sua cadeia.
Essa foi a camada 4/10 em nosso Ciclo de Interpretações do Futuro para o mercado de alimentos, que exploraremos no The Food ao longo de 2024. Nos acompanhe por aqui para não perder as próximas edições!
“A inteligência artificial é a nova eletricidade. Ela irá transformar todos os setores da sociedade e impulsionar o progresso humano de uma forma sem precedentes.”
- Andrew Ng
📰 Vale a pena checar!
Essas são as notícias do mercado que separamos como destaque nesse mês, para você ficar por dentro das principais novidades e tendências do setor de alimentos e bebidas!
IA vai trazer cada vez mais agilidade no lançamento de alimentos e bebidas
Empresas investem no uso de inteligência artificial para combater o desperdício de alimentos nos EUA
IA e Analytics: Como Nestlé e M. Dias Branco utilizam essas inovações
Supermercados avaliam colocar “bandeira” em produtos do RS para incentivar consumo
Momento de inspiração 💡
Muita gente ainda pensa em IA como uma ferramenta a ser utilizada apenas por grandes empresas, mas a verdade é que existem oportunidades para todos os ramos e tamanhos de negócio. Nesse vídeo, Andrew Ng fala sobre as possibilidades de aplicação de IA para potencializar até mesmo os pequenos negócios locais. Vem conferir:
🍿Para Maratonar
Ex-Machina: Instinto Artificial - Onde assistir: Netflix
Um programador ganha uma semana na casa de campo do CEO da empresa. Lá, recebe a tarefa de testar a inteligência artificial de uma androide. Um filme que levanta vários questionamentos sobre a relação entre humanos e inteligência artificial.
O Jogo da Imitação - Onde assistir: Netflix
Durante a Segunda Guerra Mundial, um matemático lidera uma equipe de analistas de criptografia para criar uma máquina que decifre o famoso código alemão Enigma. Baseado em fatos reais.
Her - Onde assistir: Apple TV
O filme conta a história de um escritor solitário que desenvolve um relacionamento emocional com um sistema operacional de inteligência artificial chamado Samantha. Her explora a solidão, a intimidade e as complexidades das relações humanas em um mundo onde a IA se torna cada vez mais presente.
O Dilema das Redes - Onde assistir: Netflix
Especialistas em tecnologia e profissionais da área fazem um alerta sobre o impacto das redes sociais e explicam como funcionam os algoritmos que entendem nossos gostos e personalizam nossa experiência.
😎 Mais coisas legais que vimos por aqui!
Você já chamou a Sadi.a. no zap? Esse é o anúncio bem humorado da Sadia para promover sua nova IA, em que você pode conversar em tempo real no Whatsapp com a Sadi.a. e pedir sugestões de receitas para diversas ocasiões especiais, inclusive com os ingredientes que você já tem na geladeira. Mais uma ideia de como usar a IA no mundo dos alimentos!
Filmes e séries interativos na Netflix: você sabe o que são?
Uma experiência diferente de consumir entretenimento para você testar aí na sua casa.
🧪 Te convidamos a testar...
Quem esteve com a gente no NIS Summit 2024, já sabe da novidade! Mas se você perdeu esse lançamento incrível, a Master agora apresenta a Coollab., uma marca MasterSense criada exclusivamente para apresentação dos protótipos mais inovadores e deliciosos do mercado de alimentos. Agora você já consegue imaginar como eles ficariam aplicados na sua marca e nas prateleiras de todos os supermercados (do presente e do futuro)! Vem conhecer alguns dos conceitos que apresentamos nesse NIS:
Barra de proteína family friendly sabor iogurte, morango e mel, um suplemento alimentar perfeito para crianças e adultos. Ver vídeo
Bebida energética láctea sabor Abacaxi & Coco, com uma combinação de taurina, cafeína e TCM. Ver vídeo
Alfajor com recheio de pistache, rico em fibras, fonte de proteínas e sem adição de açúcares. Ver vídeo
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Nos vemos no próximo The Food!